Geólogos desenvolvem ferramenta que pode ajudar a achar exoplanetas semelhantes à Terra
00:17 11.11.2021 (atualizado: 05:57 11.11.2021)
© NASA . NASA/JPL-CaltechPintura do exoplaneta KELT-9b (um dos exoplanetas mais quentes do universo) que está localizado muito perto da sua estrela

Uma equipe internacional de cientistas desenvolveu um novo modelo que poderia ajudar na busca de exoplanetas semelhantes à Terra.
Um novo modelo de computador foi criado por uma equipe internacional de geólogos dos EUA, Suíça, França e da Universidade de St Andrews, na Escócia.
O resultados do seu trabalho foram publicados no Journal of Geophysical Research: Planets, no qual detalha se os planetas recém-descobertos poderiam suportar placas tectônicas semelhantes às da Terra, adicionando uma nova dimensão geológica à classificação exoplanetária, informa o portal Phys.org.
Sami Mikhail, da Escola de Ciências da Terra e do Meio Ambiente na Universidade de St Andrews, explicou que "o novo estudo fornece um modelo com o qual se pode prever a natureza da tectônica das placas nos mundos exteriores. [...] em vez da temperatura certa da água, queremos explorar as condições certas das placas tectônicas", citado na matéria.
A tectônica de placas de subducção terrestre é considerada uma componente importante para a habitabilidade no planeta.
Os efeitos de repercussão da atividade das placas tectônicas são realçados pelo vulcanismo e pelos processos químicos que têm sofrido alterações por bilhões de anos. Estes dois fatores, combinados com a presença de água, regularam o clima da Terra, mantendo nosso habitável.
© AFP 2022 / ESO/M. Kornmesser/Nick Risinger Exoplaneta 51 Pegasi b na representação de um artista. Foi o primeiro exoplaneta a ser encontrado orbitando em torno de uma estrela normal, em 1995. Depois de 20 anos, esse objeto também foi o primeiro exoplaneta detectado diretamente por espectroscopia em luz visível

Exoplaneta 51 Pegasi b na representação de um artista. Foi o primeiro exoplaneta a ser encontrado orbitando em torno de uma estrela normal, em 1995. Depois de 20 anos, esse objeto também foi o primeiro exoplaneta detectado diretamente por espectroscopia em luz visível
© AFP 2022 / ESO/M. Kornmesser/Nick Risinger
A equipe desenvolveu um grande conjunto de modelos a computador para ver como várias combinações de propriedades planetárias e estelares influenciariam a espessura da camada externa de um corpo planetário. Analisando essas várias combinações, os cientistas concluiram que os planetas pequenos, velhos ou distantes de sua estrela, provavelmente têm camadas espessas e rígidas mas, em algumas circunstâncias, também podem ter uma camada externa frágil com apenas alguns quilômetros de espessura, informa o Phys.org.
Esses corpos celestes, denominados "planetas de casca de ovo", podem se assemelhar às regiões baixas de Vênus, e o termo poderia se aplicar a pelo menos três desses planetas já conhecidos.
Características do planeta, tais como o tamanho, a temperatura interna, a composição, e até mesmo clima, afetam a espessura da camada externa, mas também fatores específicos da estrela hospedeira, incluindo seu brilho e distância.
O estudo considerou vários fatores, incluindo o tamanho do exoplaneta, a distância da estrela hospedeira, a temperatura da superfície e a temperatura interna. No final, a equipe descobriu que a temperatura da superfície planetária é o fator mais importante para estudar possíveis condições para a habitabilidade.